segunda-feira, 31 de maio de 2010

Reconhecer a nossa essência

Muitas inovações tecnológicas vieram seguidas de dispositivos de fuga que tendem ao isolamento cada vez maior do ser humano, a solidão tem tomado conta das pessoas mais do que nunca. É muito comum encontrar "solitários" que tentam preencher esse vazio com esses dispositivos. Irei citar especificamente a internet; que se tornou um meio de manter uma vida social mesmo dentro do próprio quarto, manter contato diário com centenas de pessoas mesmo não as conhecendo pessoalmente. Ser o bonito, o simpático, o amigo, o intelectual... Enfim, assume-se a identidade que desejar ou várias delas. Em muitos casos, mesmo quando a pessoa tem oportunidade de conviver com um grupo de pessoas divertidas e inteligentes , prefere cair nessa da internet e por certo tempo se isolar rejeitando os vários convites de encontro real. O cansaço também ajuda nisso, pois existe a falsa impressão de que o computador não cansa tanto, "falsa impressão" mesmo, pois lá é muito mais fácil perder a noção do tempo. Ei! Essa pessoa que vos escreve (eu! hehe), tem uma grande necessidade de conversar, trocar informações e tal. Então, ao invés de encontrar pessoas para conversar... O que faço? Escrevo no blog! E assim sacio de certa forma essa necessidade. Mas até que ponto essa vida virtual é construtiva?
 
Não seria ela apenas uma busca do ideal que gostaríamos de alcançar como pessoas naturais na vida real? E se pudéssemos sempre ter aquela mesma carinha bonita do perfil (a melhor foto, claro), ter centenas de amigos (bloqueá-los e falar apenas com quem quisermos), participar das mais diversas tribos (comunidades), fazer comentários anônimos, ficar “off” quando não estivéssemos bem , ter uma cara feliz mesmo quando estamos mal, dar atenção a várias pessoas ao mesmo tempo.. Enfim, será que essa vida virtual não passa de uma simulação do ideal da vida real para preencher lacunas de frustração?
 
Como beneficiado temos o capitalismo como sempre, pois como pessoas vazias que nos tornamos, consumimos pra compensar, quanto mais infeliz for, mais consumirei, e assim o sistema segue funcionando. E também temos mais tempo pra dedicar ao trabalho das empresas e seremos “valorizados", pois o valor de uma pessoa depende da sua capacidade para gerar dinheiro. E assim o ciclo permanece: você se isola, se frustra, trabalha, ganha dinheiro, consome e não sente tempo passar. Quem sabe um dia a gente aprende e reconhece nossa essência e cria consciência que precisamos é dessas coisas simples e naturais que nunca deixaram de estar disponíveis. Basta querer, basta perceber.

Por Dayanne Louise
Postagem: Prof. Ruben Rockenbach

5 comentários:

  1. Agora estou até com medo de comentar.. deveria estar postando? risos! Adorei o post, parabéns Dayanne!!

    Abraço, Leilane... já com um dos pés para fora de casa.. para tomar cafézinho! risos!

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  2. Vivemos num tempo em que tudo tem que ser sintoma de algo, tudo tem que ser uma fuga, uma racionalização, uma substituição inautêntica... De repente, Dayanne, você fica no blog só porque gosta de estar no blog neste momento e, se você achasse mesmo que lá fora suas chances de sociabilidade seriam melhores, você teria ido. Simples assim.
    E mais: você escreve bem, e isso é um bom motivo para não sair agora.
    Abraço, Sandro

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  3. Tão simples assim? rs

    As palavras estão bem distantes das atitudes...

    Muitas vezes essa busca da quebra de padrões (generalizando) nada mais é que um momento de contemplação de como seria o ideal. O sistema é eficiente, logo ele nos puxa de volta... E cá estamos, fazendo tudo que está programado para fazer...

    No final, a luta acontece dentro de nós mesmos... A famosa crise existencial.
    Complicado professor... =)
    ----

    Comente sem medo Leilane! Tava bom o café? hehe

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  4. Tava ótimo! Bom lugar para inspiração! Na proxima vez o Sandro te manda comigo.. para nos duas sairmos da frente do pc! risos! Abraço!

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  5. Não, não: me espera que eu vou com vocês...

    Sandro

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