sábado, 19 de junho de 2010

Romântica e caseira, sim; mulherzinha, nunca!

Entenda bem a situação catastrófica que paira sobre as cabecinhas confusas de mulheres estranhas e quase desesperadas:
Algumas gerações atrás, mulher servia apenas para cozinhar, limpar, produzir seres (bizarros) humanos, proporcionar algum prazer ao sexo oposto e cuidar com perfeição do lar e dos bons costumes da família (dos primórdios até duas gerações atrás, na realidade).
No fim dos anos 60, uma revolução: o tal feminismo, a tal queima de sutiãs, (garanto que algum tarado desinformado acha isso sexy!), mulheres exigindo direitos iguais aos dos homens, trabalhando, dando uma grande banana pra esses babacas e ainda deixando a casca no chão pra eles caírem, e feio! Independência é a palavra de ordem agora. Se eles querem casar, que fiquem em casa cuidando das crianças, ou contratem uma empregada.
Lugar de mulher é na rua, é na faculdade, é nos cargos de chefia!
Amor, sentimentos, afeição, subjetividade: quem tem tempo pra isso?! As mulheres não! Elas não podem se dar à esse luxo. Precisam ser fortes, quase máquinas, para mostrar que são superiores.
Mas elas não queriam igualdade?
Como igualar água e óleo? É muita pretensão minha dizer ser impossível? E também desnecessário? É cientificamente comprovado (pra não citar os aspectos físicos e óbvios) que homens e mulheres pensam diferente. Recebem informações de modos diferentes, agem por motivos diferentes, compreendem diferente. Se até homens são diferentes de homens e mulheres diferentes de mulheres, como querer igualar mulheres e homens? Diferentes no começo, no meio, no fim, por fora, por dentro, em tudo!
Se as mulheres querem ser superiores, querem vingança por todas humilhações sofridas ao longos de anos de subjugação, de domínio, compreendo.
Mas que assumam isso. Não venham me falar de igualdade e depois reclamar de falta de cavalheirismo das criaturas. Eles se viram como podem. Um jovem de vinte anos que não fez absolutamente nada contra a dignidade feminina, mas é atacado desde a infância com máximas feministas tem apenas de querer se defender!
Mulheres que não compreendem que não precisam ser melhores do que os homens para serem felizes, um recado:
Vocês são incalculavelmente mais machistas do que os nossos homens atuais.
Jamais critique uma mulher que tem como objetivo de vida criar seus filhos e cuidar da sua casa. Não critique pelo simples fato de que ela escolheu isso. Não julgue a mocinha que se desestabiliza depois de cada romance fracassado, não diga que ela é submissa aos caprichos masculinos: ela quer apenas encontrar um amor, uma paixão, uma resposta. Ela também escolheu isso.
Se sucesso para você, mulher bem sucedida, é passar o dia inteiro dando ordens a subalternos e chegar exausta em casa tendo como companhia apenas uma samambaia quase morta, você escolheu isso.
Não critique quem não vive assim, quem acha que sucesso é passear no sol numa tarde de quinta feira.
De repente, o que você sente não é um “orgulho de ser mulher independente”. É apenas inveja de quem consegue viver sem ter de mostrar pra ninguém que é mais, melhor ou igual aos outros.
Inveja de quem simplesmente escolheu ser, em vez de mostrar que é.

 escrito por LAURA OTTE

postado por Sandro Sell

12 comentários:

  1. Se afirmar no mundo não tem nada a ver com filiar-se num movimento ou passar para outro rebanho. Quem se respeita e sabe o que quer, impõe sua dignidade seja fazendo uma passeata ou um jantarzinho para seu homem. Quem precisa de barreiras e territórios para se sentir segura, é porque enxerga todo relacionamento homem-mulher como um enfrentamento (sabe queimar sutiãs, mas não o momento certo de deixar que o tirem para você).
    Não que eu ache que o que as feministas tradicionais fizeram estava errado: era outro momento (e muitas mulheres ainda vivem nas mesmas situações). Mas nós (mulheres que estudamos e podemos optar)podemos viver o nosso tempo, fazendo o que mandar nossos sonhos, deixando de lado homens ou mulheres que não sabem o que é amar.
    Bjxs, Nanda

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  2. Acho que vocês vivem numa torrezinha de cristal, como princesinhas. Tiveram excesso de barbies na infância e nunca sequer conversaram com as faxineiras que tem em casa. Mulheres que apanham? Não isso é uma ficção. Sejam felizes nos seus castelinhos, outras garatirão que o príncipe (quando o ogro se revelar) não poderá bater em vocês, sob pena de leis e passeatas!
    Sionara Marques

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  3. Sionara, querida! Você me pareceu um pouco preconceituosa quando disse: "Tiveram excesso de barbies na infância e nunca sequer conversaram com as faxineiras que tem em casa. Mulheres que apanham?" Violência doméstica não tem nada a ver com profissão, grau de instrução ou nível socio-econômico. Está diretamente relacionada à falta de respeito ao outro (e a si mesmo). Mesmo faxineiras se encaixam na descrição que a Laura fez sobre mulheres que tentam se igualar aos homens. Muitas faxineiras sustentam a casa, retornam do trabalho e cuidam da casa, dos filhos e do marido que a espanca. Marido esse muitas vezes embriagado (tendo comprado cachaça com o dinheiro que a faxineira lhe deu, porque ele é um eterno desempregado). E essas faxineiras apanham e depois se deitam com eles, deixando que ele tirem seus sutiãs (como colocou a Fernanda, obviamente num contexto diferente, onde há romantismo, sedução e prazer). Por que essas faxineiras aceitam ser subjugadas se já trabalham como homens, sustentam a casa como deveriam fazer os homens??? Por que??? Opções de resposta: a)falta de respeito por si mesma. b) dependência psicológica c)falta de identidade como mulher (e como ser humano)... Enfim, homem, mulher, criança, faxineira, executiva, não são (essas) diferenças que provocam a discórdia e o caos. O que pode transformar qualquer relação em transtorno e sofrimento é a falta de respeito! Ah! Laura, seu texto está maravilhoso! Parabéns!!!

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  4. Ah! Esse comentário anônimo aí é meu! Não tenho a intenção de me esconder, apenas me atrapalho (ainda) com essa dinâmica de postar cometários...Sou meio pré-histórica, somente comecei a acessar blogs há 2 meses! hehe

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  5. Tudo bem Violene, talvez eu tenha sido agressiva. Talvez a Fernanda não saiba, mas minha avó foi empregada nas empresas da família dela: trabalhava 14 horas por dia (sem hora extra), e ainda ganhava menos que os homens - enquanto as princesinhas da família dela - viviam na Europa curtindo o dolce far niente e odiavam as feministas raivosas.
    Também não quero fazer disso um ataque pessoal, Fernanda. Sei que voc~e nem era nascida na época. Mas as vezes a história dos motivos da garra "agressiva" das feministas não esá nos livros de história, mas nos albuns de nossa própria família.
    Abraços, Sionara Marques

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  6. Que hábito de enjaular os seres humanos em "bem-sucedidos-que-mandam-e-não-amam" e em "felizes-em-uma-casinha-de-sapê"!!!

    Isso deve ser "cultura do controle" dos seriados e de filmes norte-americanos ¬¬

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  7. Eu queria saber quem foram essas desgraçadas que resolveram queimar os sutiãs...sério, cada um no seu tempo, mas se elas soubessem que teriam que cuidar da casa, do trabalho, dos filhos, dos estudos e ainda serem magrass, tenho certeza que elas pensariam duas vezes antes de tal ato que beira a insanidade...elas eram felizes e não sabiam isso sim. Nada contra fazer jantarzinho romântico, amar e ser amado etc e tal...mas falando sério, pra quê estudar???? Se queremos romance, se pretendemos namorar, noivar, casar, deu de perder tempo nos livros...Todo mundo pra academia...É das magrinhas songas mongas, lisas, altas, de bunda durinha sem nada na cabeça que eles gostam mais (pelo menos em Floripa)...e é regra...pros cultos, pros belos e pros nem tanto.

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  8. Siomara: meus bisavós iniciaram a empresa que você fala como imigrantes (desterrados como muitos outros), lutaram e foram bem-sucedidos nas regras do jogo daquele tempo.Tenho muito orgulho da minha família como você também deve ter da sua. E isso apenas porque são a minha referência de passado. Mas eles devem ter feito coisas que eu não faria, talvez. E isso é com eles, a menos que exista culpa moral congênita. Quanto a mim, nunca gostei de barbies (e isso sempre foi tido como um defeito). A Europa que conheci foi como mochileira e garçonete de lugarzinhos que princesisnhas não ousariam botar os pés (limpei mais vômitos de mesa de bar do que é razoável numa existência). Se esses pedaços rudes da vida me tornam mais humana a seus olhos, eu também os tenho. Abraços,
    Fernanda Renaux

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  9. isso aqui tá ficando very dangerous...

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  10. ADOREI O TEXTO E ESTOU ADORANDO O BLOG!
    Parabéns!!!

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