quinta-feira, 8 de julho de 2010

Beethoven e Felipe Melo: para Elisa (em verdade, Eliza)

Embora eu não seja um torcedor da seleção brasileira de futebol (se bem que nesta copa teria sido melhor torcer pelo Brasil do que para a Argentina) lamentei – e hoje lamento ainda mais! – a desclassificação do time na Copa do Mundo. Explico: passado o “caso” Isabela Nardoni a imprensa sensacionalista nacional estava em busca da identificação de novos inimigos (o velho fenômeno da culpabilização) e, sobretudo, de novos condenados. Assim, com a saída do Brasil da copa as pautas jornalísticas já retomaram sua principal característica: narrar o mundo a partir da violência (é como se todas as experiências diárias fossem violentas em todas as partes do mundo o que, de fato, nos gera um temor e um medo do inimigo inventado – veja-se para tanto o documentário de Michael Moore “tiros em columbine”). Agora, a “bola da vez” é o “caso” Eliza Samudio (onde entre os possíveis suspeitos figura o goleiro do Flamengo Bruno). E, dá-lhe, tragédia! Já descobriram, inclusive, que o pai da Eliza (aquele que está com a guarda judicial da criança filha da vítima) responde a processo por ter estuprado sua sobrinha. Quem se deu bem: Felipe Melo. Sim, o volante da seleção brasileira que foi apontado como culpado da eliminação no jogo contra a Holanda (seu processo de culpabilização foi interrompido). Que saudades dos tempos em que Elisa (neste caso Eliza) aparecia como aquela composição de Beethoven. Claro que o objetivo da postagem não é entrar no mérito dos casos e, tampouco, discutir o sistema de punição. Sem dúvida os fatos são chocantes e cruéis! O que não gosto é o papel da mídia. Mas, agora paro de escrever porque está começando a cobertura especial do “caso” Eliza no programa da Sonia Abraão na RedeTv.

Por: Ruben Rockenbach

4 comentários:

  1. Com toda certeza, professor Ruben. É mais um big brother de audiência.
    Charles Lins

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  2. Lá vamos nós de novo,prezado Ruben! Ainda bem que estamos de férias, se não o caso Bruno, devido ao show de horrores, tomaria nossas aulas. Mas não achou intrigante que, diferentemente do Pimenta Neves, o Bruno foi preso bem rapidinho? Tem alguma hipótese? Eu tenho muitas, e ainda vou publicar...
    Abraço,

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  3. E faz sentido mesmo, professor! Até tentaram esboçar um "vilão" do momento no Felipe Melo, mas não deu tempo!
    hehehe

    Abraço

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  4. O pior é o clima de espetáculo em torno da tragédia, como se não fosse vida real, como se fosse ficção, filme de Hollywood, telenovela da Rede Globo. E ainda há o espetáculo deprimente de pessoas na frente de uma delegacia enchendo suas bocas podres com o grito de "Assassino!". É muito triste. Quando é que vamos evoluir?

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