É tendência dos seres humanos formar idéias universais e contrapor modelos, seja em relação às coisas da natureza, seja aquelas criadas a partir delas. Sim, criamos idéias que uma vez generalizadas se apresentam como modelos ideais a serem seguidos por todos e todas, sob pena de rejeição e/ou invisibilidade (por exemplo, o bom e o ruim, o perfeito e o imperfeito). Ocorre, porém, que quando as pessoas começaram a construir idéias universais, assim como a preferir um modelo ao invés de outros, resultou que cada qual chamou de bom ou perfeito aquilo que parecia acomodar-se aos ideais universais que se formaram e, ao contrário, nomeou de ruim ou imperfeito o que se apresentou com menor grau de acomodação em relação ao conceito do modelo imposto. E, de fato, na medida em que reduzimos as coisas a um único (e universal) grupo e as comparamos entre si, verificamos que umas são mais perfeitas (ou melhores) que as outras, ou, na medida em que lhe atribuímos alguma carga negativa, as consideramos imperfeitas (ou piores). Não há nada de errado nisto! Somos assim: valoramos e julgamos! Mas, temos que ser cientes que o bom e o ruim, o perfeito e o imperfeito, são apenas modos de pensar, noções que formamos a partir da comparação das coisas entre si. Nada mais. Ora, uma mesma coisa pode ser ao mesmo tempo boa, ruim ou indiferente. Por exemplo, uma música: para seus compositores ela pode ser boa, para os ouvintes ela pode ser ruim e para os surdos ela pode ser indiferente. Mas não é a música em si que é boa ou ruim! É a nossa que noção sobre ela. Consideramos as coisas na medida em que percebemos que elas nos afetam de alegria ou tristeza, nessa medida as chamamos de boas ou ruins. O importante é respeitar a diversidade de pensamentos e não excluir aquelas visões alternativas às nossas. É dizer: vincular e não separar!
Por: Prof. Ruben Rockenbach
(em 23/03/2010)
(em 23/03/2010)
Com o tempo nossas classificações arbitrárias das coisas assumem a forma de um juízo absoluto, e, então, as classificações alheias parecem apenas erros ou preconceitos. É isso mesmo, meu caro Ruben. Como intelectuais temos o dever de nos lembrarmos a todo momento disso.
ResponderExcluirUm abraço (ah, e já separei o livro do C.R.B.).
Grande Ruben, sem pretensão relativista, concordo plenamente com tua posição. Ao invés de tornar as multiplas verdades em dogmas, com a consequente atomização de todo o conhecimento e humanidade, devemos lutar pela livre criação e pensamento. Construirmos multiplas verdades que apenas serão consideradas como tais nos nossos espaços de consenso, permitindo uma humanização da humanidade.
ResponderExcluirAbraço, Elle.