domingo, 29 de agosto de 2010

A POLÊMICA DA VIATURA VITRINE...

FOLHA DE SÃO PAULO
28/08/2010 - 14h43
Polícia deixa "viatura vitrine" em ruas de SC para aumentar sensação de segurança
RACHEL BOTELHO
DE SÃO PAULO

A Polícia Militar está deixando carros desocupados da corporação em pontos estratégicos de Florianópolis (SC), com as luzes de emergência ligadas, para aumentar a sensação de segurança da população.
A medida, que vem sendo adotada há três meses, é chamada de "viatura vitrine" pela PM. A polícia diz que as ocorrências estão em queda em locais onde os carros ficam estacionados, mas especialistas criticam a prática.
Durante o dia, os carros ficam parados nas cabeceiras das pontes que ligam a ilha onde fica a cidade ao continente, na principal praça do município e na praia de Jurerê Internacional.
Segundo o capitão Alessandro Marques, do Centro de Comunicação Social da Polícia Militar de Florianópolis, a iniciativa está sendo apresentada a mais batalhões e pode ser expandida. "É um recurso extra, para aproveitar o excedente de viaturas", disse.
A experiência vem sendo monitorada e, em alguns meses, os resultados serão avaliados para definir se a iniciativa será mantida.

CRÍTICAS
Luís Sapori, coordenador do Centro de Pesquisas em Segurança Pública da PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica), classifica a "viatura vitrine" como sendo "de uma inutilidade absurda".
"O que aumenta o sentimento de segurança é ver o policial, principalmente a pé. Se o policiamento na viatura já não provoca tanto sentimento de segurança, imagine o carro sem policial. É uma perda de tempo e de material", diz. Segundo ele, a ideia não é bem aceita nem mesmo entre as polícias militares do país.
Na opinião de Sandro Sell, professor de direito penal do Complexo de Ensino Superior de Santa Catarina, os criminosos costumam estar mais bem informados sobre as estratégias da polícia do que a população em geral, o que torna a medida inócua.
Ele critica também o fato de os veículos ficarem estacionados em praças e gramados públicos. "É um mau exemplo da polícia. Ela só pode ocupar esses espaços em emergências."
Segundo o capitão Marques, o policial responsável por cada veículo deve ficar a uma distância que permita observá-lo para, assim, atender a eventuais chamados.
"Esses carros poderiam estar na garagem, mas, assim, a sensação de segurança seria menor", diz.

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